É outono na Europa. Cães especialmente treinados saem para os campos italianos para farejar uma das mais raras e caras jóias da gastronomia. O cobiçado alvo são as trufas brancas ou tartufo bianco como eles dizem, muito apreciadas devido ao seu inigualável e inebriante aroma. Antes essa tarefa era feita pelos porcos mas eles comiam as trufas.
Os exemplares mais disputados dessa preciosidade ficam na região de Alba, pequena cidade entre Milão e Turim, no Piemonte italiano. Alojados sob as raízes do carvalho, esse cogumelo subterrâneo tem o preço do kilo na faixa de US$ 15 mil. As que exibem uma sutil coloração rosada são consideradas melhores, de aroma mais marcante.
Em 8 de novembro de 2009 uma trufa branca de 750g foi leiloada por 100 mil euros na Itália. E em 14 novembro de 2010 um exemplar de 900g foi arrematado por 105 mil euros.
O prato predileto dos apreciadores é ovo frito com gema mole e lascas de trufa branca, o "all'occhio di bue", pois reúne a simplicidade do ovo e a exuberância da trufa branca fresca.
A liturgia manda que a trufa branca seja fatiada à mesa, crua e bem fina (veja a foto acima do raviolone de espinafre com ovo). Degustar um prato com trufas brancas é um daqueles momentos mágicos que ficará marcado para sempre em nossa memória gastronômica.
Para manter a fragrância intacta as trufas não devem ficar armazenadas por mais de uma semana. Risotto à parmiggiana, fettuccinne com funghi e filet mignon com foie gras são pratos típicos oferecidos em requintados restaurantes com cobertura desse perfumado cogumelo que ainda não se descobriu como pode ser cultivado.
"Trufa não é exatamente um afrodisíaco mas em certas ocasiões pode deixar as mulheres mais amáveis", disse Brillat-Savarin, gastrônomo francês do século XVIII.
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