Paula Fernandes, Maria Rita, Ana Carolina, Joanna, Jane Duboc, Amelinha, Vanessa da Mata, Ithamara Coorax, ...
Jeito sedutor que conquista com um simples olhar.
Voz, ora sorridente, ora misteriosa, ora amorosa, mas que fala direto ao coração e faz transbordar emoções.
Balanço do corpo que enfeitiça a alma.
Imagem iluminada que queremos sempre perto, acariciando o espírito.
Quem tem todo esse poder...são poucas, pouquíssimas...
“Aos oito anos, aprendi uma canção que queria cantar insistentemente para a minha mãe, mas como ela estava sempre ocupada, não tinha tempo para ouvir. Mas quando ouviu, logo se encantou. A partir daí, não parei mais. Um dos meus maiores prazeres é cantar músicas de rodeio. Sou uma pessoa muito simples e apaixonada pelo meu trabalho. Sempre fui sossegada, discreta e com vida pacada. Adorava ficar no meio do mato. Para mim o sucesso é fruto de muitos anos de trabalho e dedicação. Meus ídolos na música são Milton Nascimento, Sergio Reis e Almir Sater. Me considero uma mulher sensual, não sexy. Gosto de homem sensível, quero me casar e ter um casal de filhos. Meu maior sonho é comprar uma terrinha e meia dúzia de cavalos. Meu maior defeito é ser perfeccionista e a virtude é ser responsável. Vou guardar para sempre na alma o que senti naquele especial de fim de ano de 2010 ao cantar ao lado do Roberto Carlos.”
Começou a cantar com oito anos de idade e lançou seu primeiro álbum independente aos dez, em disco de vinil. Aos doze anos, mudou-se para São Paulo e foi contratada por uma companhia de rodeios, com a qual viajou por todo o país durante cinco anos e aprendeu muito sobre palcos.
Em 2007 fez uma bela apresentação vocal com a orquestra Sagrado Coração da Terra interpretando a música tema da novela Pantanal. A partir daí, Paula consolidou-se como uma cantora de bela voz, muito eclética (chegando a gravar músicas em inglês, como "Dust in the Wind") e popular. Seu sucesso "Jeito de Mato", do álbum Pássaro de Fogo, foi a música mais tocada da novela Paraíso.
No dia 25 de dezembro de 2010, Paula Fernandes cantou ao lado de Roberto Carlos para 400.000 pessoas no especial de fim de ano, transmitido ao vivo direto da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
Em 2010 Paula Fernandes gravou o seu primeiro DVD da carreira contendo os seus grandes sucessos e músicas inéditas. O DVD e o álbum “Paula Fernandes ao Vivo” foram lançados em 2011, superando 1.5 milhão de cópias, maior vendagem do ano no Brasil. Tornou-se um fenômeno da música e leva multidões aos seus shows.
"Eu sempre cantei, desde pequena. Mas eu relutei muito. Me preocupava ser a continuação do trabalho da minha mãe, o que é impossível. Com o decorrer dos anos, eu comecei a cantarolar. Aquilo foi crescendo e fui me situando até que, em um momento, eu percebi que não conseguiria viver sem a música. Acordei de manhã, meti dois litros de óleo de peroba na cara e fui fazer aquele ensaio sensual. Fiquei dez horas fotografando. Aprendi a identificar melhor a aproximação de homens por deslumbre e por interesse. Me sinto muito lisonjeada com o carinho do público".
O aprendizado para Maria Rita se deu de maneira instintiva e informal. Segunda ela, quando era jovem, pediu que Camargo Mariano a ensinasse a tocar piano. Diante da negativa do pai, perguntou se o problema era ele não ter tempo, ao que o pai lhe respondeu que, se a questão fosse tempo, ele o conseguiria. O problema é que ele "aprendera sozinho". Segundo Maria Rita, aquele diálogo fez com que ela entendesse que deveria seguir o mesmo caminho paterno, aprender por si mesma, sem uma instrução musical formal. Apesar disso, a cantora mais tarde tomou aulas de canto, para aperfeiçoar sua técnica.
Maria Rita iniciou sua carreira com cerca de 24 anos, apesar de querer cantar desde os quatorze. O peso da carreira da mãe, bastante famosa no Brasil, influenciou o adiamento de sua obra. Segundo ela própria diz, sempre tive a consciência de ser a única filha mulher de uma grande cantora.
Seu primeiro disco, "Maria Rita", lançado em setembro de 2003 vendeu mais de 1 milhão de cópias em todo o mundo. O primeiro DVD, com o mesmo título e que foi para as lojas na primeira semana de novembro daquele ano, chegou à marca de 180 mil cópias. Ambos foram lançados em mais de 30 países.
O sucesso mundial do segundo disco (na época teve bastante polémica entre os críticos, que receberam um mini-iPod, para fazer críticas positivas) "Segundo" lhe rendeu, em 2006, mais dois Grammys Latinos: Melhor Álbum de MPB e Melhor Canção Brasileira com "Caminho das Águas" de Rodrigo Maranhão, e mais de 50 apresentações no exterior, que obtiveram sucesso tanto com o público como com a crítica, incluindo o Montreux Jazz Festival, North Sea Jazz Festival, Irving Plaza (NY) e San Francisco Jazz Festival, dentre outros.
Em 2007, Maria Rita lançou o seu terceiro CD "Samba Meu", simultaneamente nos Estados Unidos, América Latina, México, Portugal, Israel e Reino Unido. Ganhou o Disco de Platina, foi o décimo CD mais vendido em 2007 e também ganhou o prêmio de "melhor CD" no 15º Prêmio Multishow de Música Brasileira.
O quarto álbum de sua carreira, intitulado Elo, foi lançado em 2011. Uma das músicas é o primeiro single, "Pra Matar Meu Coração". Ela diz que cantou essa música uma vez e depois nunca mais a tirou da cabeça. A gravação do álbum foi rápida e discreta para tentar garantir surpresa. Elo traz as canções inéditas como Conceição dos Coqueiros e Santana. Outras, ainda não apresentadas ao público, são fruto de encontros musicais inesperados da cantora.
Os destaques entre os seus sucessos são “A Festa”, “Caminho das Águas”, "Conversa de Botequim", “Encontros e Despedidas” e “Não Deixa o Samba Morrer”.
“Minha dedicação é a música, não o visual. Quero passar liberdade para as pessoas, cantar e dizer o que estou a fim. Eu era tímida, muito bicho do mato. A mulher é um ser complexo. O homem é reto, direto, simplista. Isso me incomoda, porque gosto das coisas complicadas. Prefiro o excesso à moderação, me casaria com um menino e uma menina juntos. Tomo chope de sapato preto, calça preta, quase barroca.”
Seu grande talento vem de família e a sua influência musical vem de berço. A avó cantava em rádio, fazendo sucesso, o avô em igreja e os tios-avós tocavam percussão, piano, violoncelo e violino.
A mãe era proprietária de um salão de cabeleireiro e Ana fazia do local seu palco, usava como microfone um rolo de cabelo e cantava versos de Caetano Veloso, entre outros.
Aos 12 anos, começou a se interessar por estudar música e aprendeu a tocar violão sozinha, apenas ouvindo, inspirada pelo também mineiro João Bosco.
Ainda na adolescência, iniciou a carreira de cantora apresentando-se em bares da cidade natal. Conhecida pelo registro vocal grave ou contralto, porém, pode alcançar notas relativamente agudas, tendo uma grande extensão vocal. Isso a ajudou muito na carreira, possibilitando interpretar uma ampla variedade de músicas e estilos.
“Sempre busco estar em paz com Deus e com a alma. A Padroeira foi e será a grande canção de toda a minha vida, fico visivelmente emocionada quando a canto. Nunca deixei de ser popular. Aposto sempre na qualidade e no bom gosto. Eu tenho um grande público polivalente que me possibilita ampliar e investir em outras áreas musicais, por isso eu trafego nas obras de Lupicínio Rodrigues, nos sambas-canção, além dos boleros clássicos. Acho que nós artistas temos uma certa obrigação de resgatar grandes músicas do cancioneiro popular, renovadas, com um novo viço.”
Criada no subúrbio carioca, a carreira de cantora teve início na participação em festivais do interior do estado e atuou também como backing vocal de conjuntos de bailes e casas noturnas.
O primeiro LP gravado foi “Nascente” que vendeu oitenta mil cópias e nele está o primeiro grande êxito popular da carreira, a canção “Descaminhos”.
O maior sucesso de vendagem foi o disco auto-intitulado de 1986, que vendeu cerca de 600 mil cópias e contou com a participação especial do grupo Roupa Nova. Este álbum levou Joanna a turnês mundiais pelos países de língua latina, onde alcançou grande sucesso e recebeu inúmeros prêmios. No álbum “Primaveras e Verões” lançado em 1989, comemorativo dos dez anos de carreira, gravou canções de compositores da época e também trouxe uma parceria sua com Cazuza na canção “Nunca Sofri Por Amor”.
Joanna consagrou-se como cantora popular através das interpretações de canções românticas, que são as mais recorrentes na sua carreira.
Na década de 1990, dedicou-se a ambiciosos projetos especiais, lançando os discos “Joanna Canta Lupicínio” (1994), um tributo ao compositor Lupicínio Rodrigues que vendeu cerca de 400 mil cópias e “Joanna em Samba-Canção” (1997), que trouxe diversas canções consagradas do gênero.
Desde o início da carreira, Joanna gravou ininterruptamente discos de grande vendagem, o que faz com que ela seja uma das cantoras brasileiras mais famosas tanto no Brasil como no exterior. Recebeu também centenas de prêmios e troféus e foi considerada “A Melhor Cantora do Mercado Latino, com o prêmio Ibero-América dos anos 90.
Entre suas canções de grande sucesso estão “Descaminhos”, “Nunca Sofri Por Amor”, “Espelho”, “Amor Bandido”, “Tô Fazendo Falta” e “A Padroeira”.
“Minha trajetória musical é muito eclética. Percorri caminhos diversos, pop, rock, jazz e até mesmo erudito. É gostoso conviver com pessoas da música de estilos bem diferentes. Comecei profissionalmente, no Brasil, com o grande Egberto Gismonti, o meu grande mestre. Um trabalho que me encheu de alegria foi nos EUA com Gerry Mulligan, precursor do cool jazz com Miles Davis. Eu era fã dele quando era criança, morava em Natal (Rio Grande do Norte), meu pai era fanático por jazz e nunca pensei em ser parceira dele. O Tom Jobim foi a primeira pessoa que viu meu filho mexer na barriga. Eu ia à casa dele, gostava demais dele. A coisa mais esquisita foi que no dia em que ele morreu, meu filho pegou os três songbooks do Tom e tocou das 8 da noite às 8 da manhã todas as músicas. O Tom fez uma música para mim que gravei em 1981 com ele ao piano. O diretor, na época, disse que estava muito rebuscado, com arranjos elaborados demais e resolveu não lançar porque disse que queria que eu gravasse canções para o mundo inteiro, músicas mais simples. Aí fiquei chateada, fui embora para os Estados Unidos de novo. Tenho essa gravação até hoje. Fui muito próxima do Raul Seixas. O meu primeiro compacto foi produzido por ele. O mais engraçado foi que as minhas letras foram vetadas pela ditadura militar. Disseram Tudo o que você escreveu aí está vetado. O que você quis dizer com isso? Eu, com aquela impetuosidade da juventude, disse Se você não entendeu, como é que veta? Um deles pegou no meu cotovelo e disse Você está muito nova para ir para a cadeia. Vai mudar toda essa letra... Fiquei tão revoltada que, num gesto de maluquice e rebeldia, cantei sem letra. E o Raul, que era meu amigo e doido também, deixou. O Raul gostava muito das minhas coisas, parapsicologia, discos voadores...ele dizia que eu era a fonte de inspiração dele. A gente tem que absorver o melhor de cada situação. Essas coisas a gente aprende, quando pequeno, observando o pai e a mãe. Eu tive uma sorte danada de ter caído naquele lar. A minha mãe, até hoje, não julga ninguém, aceita as pessoas como são, não analisa ninguém. Tenho a obrigação de tentar ser pelo menos parecida. Cada um tem a sua razão. Não invadindo o espaço do outro e nem prejudicando, está tudo certo.”
Aos 16 anos foi morar e estudar nos Estados Unidos, em Columbus, Georgia, graças a uma bolsa de estudos que ganhou. Ficou por lá cerca de 6 anos, casou e além de atuar como cantora, compositora e instrumentista (cantava em bares, boates, clubes e igrejas), trabalhava com publicidade, tendo sido premiada. Na universidade estudou orquestração, canto lírico, flauta e arte dramática, onde também chegou a lecionar História da Música.
Retornou ao Brasil na década de 70, trabalhou com Raul Seixas e participou de seus discos.
Revelada no I Festival da Nova Música Popular Brasileira, seu primeiro disco foi o LP “Acalantos” de 1977. Entre os seus maiores sucessos estão "Manuel, O Audaz", "Cheiro de Amor", "Chama da Paixão" e "Sonhos"
"A música sempre foi parte de mim. Na infância era minha brincadeira predileta, eu gostava de cantar músicas do pastoril e brincar de radio com minhas amigas. A música nordestina é sempre muito espirituosa, tocante, vigorosa, sonoramente telúrica e brincante, emocional ou descritiva e muito singular, mesmo quando se mistura nos ecos da globalização. Vá jandaiazinha, abra as asas, alce vôo, voe bem alto e cante tudo por aí afora, porque você canta lindo. E já que eu estou dando Bandeira, se a estrela da manhã cantasse, aquela que o poeta reservou só para si, num poema tão casto, seria como você, com este timbre puro e cristalino de menina fazendo roda, que quando canta, enternece a alma da gente e refrigera o ar em torno. Este carinhoso vaticínio foi dedicado pelo poetinha Vinícius de Moraes à mim, no verão de 1975, na praia de Itapuã, em Salvador, na Bahia. Em 2002 me reuni com Vinicius de Morais e Toquinho para cantar e gravar pela primeira vez as músicas da big temporada de 40 dias que fizemos em 1975 no Uruguai. Evidentemente já as conhecia, mas onde para eles era relembrar, para mim foi uma tremenda e maravilhosa novidade.
Amei fazer o CD com eles. Gosto de modificar alguma coisa nas músicas que interpreto...dar aquela carimbada bem Amelinha, toque pessoal inevitável. Tenho aprendido a me conhecer, fui uma garota ousada na vida e romanceava sempre tudo que vivia. Sou a rainha das utopias, continuo cheia de esperanças e gostando muito de cantar pela própria manifestação da arte em mim.
Deixei as frescuras do ego pelo caminho, graças a Deus, hoje me sinto bem mais centrada e descobri que eu olhava o mundo com lentes que eu mesma inventei. Descubro ao longo do tempo que fiz um caminho de luz e bonito."
Iniciou a carreira na década de 1970, de maneira amadora, participando de shows ao lado de outros cantores cearenses, entre eles o amigo e conterrâneo Fagner.
Dois anos depois, Amelinha lança o disco "Flor da Paisagem" e foi apontada como cantora revelação da MPB. Em 1979, ganha o disco de ouro com o lançamento do LP "Frevo Mulher". Mas foi em 1980 que Amelinha foi consagrada como grande intérprete da música popular brasileira, com a canção "Foi Deus Quem Fez Você", no Festival MPB 80. A canção foi classificada em 2º lugar e vendeu mais de um milhão de discos compactos, alcançando o 1º lugar nas paradas das rádios.
Entre os seus maiores sucessos estão “Frevo Mulher”, “Galope Razante”, “Foi Deus Quem Fez Voce” e “Mulher Nova Bonita e Carinhosa Faz o Homem Gemer sem Sentir Dor”.
“A minha alma compositora veio muito depois da cantora... eu não acreditava que se pudesse compor sem tocar instrumentos. Fui descobrir que era possível, sozinha, sem saber que isso já existia, em pouquíssimos casos. Já dizia que queria ser cantora aos três anos de idade. Existia uma vocação enorme para aquilo. Eu era completamente impulsionada à um caminho desconhecido que me trouxe até aqui. Na minha cidade, não havia possibilidade nem estrutura para eu ser cantora. Então inventei a história de estudar medicina em Uberlândia para sair de casa e poder cantar. Só a minha mãe sabia dos meus planos. Na minha infância ouvia de tudo que se possa imaginar de uma pessoa que vive no interior. Acho que o que eu mais gostava eram as músicas de Milton Nascimento, Clara Nunes, Maria Bethânia e Roberto Ribeiro... essas são as que mais me lembro, mas lógico que existem as músicas de melodias fortes que grudam e que com certeza também me influenciaram.”
Em 1990, aos 14 anos, Vanessa se mudou para Uberlândia, sozinha, para prestar vestibular em medicina. Mas queria mesmo era cantar. Aos 15, começou a se apresentar em bares locais.
Em 1992, foi para São Paulo, onde começou a cantar na Shalla-Ball, uma banda feminina de reggae. Três anos depois, com 19 anos, excursionou com a banda jamaicana Black Uhuru. Neste período, ainda dividia seu tempo entre as carreiras de jogadora de basquete e de modelo.
Em 1997, com 21 anos, compôs "A Força Que Nunca Seca". A música foi gravada por Maria Bethânia e Chico Buarque. O Brasil descobria uma grande compositora.
A voz e a presença de Vanessa começavam também a chamar atenção. Fez participações em shows de Milton Nascimento, Bethânia e nas últimas apresentações de Baden Powell. Estava pronta para estrear em carreira solo.
Entre os grandes sucessos de sua discografia estão "Não Me Deixe Só", "Ai, Ai, Ai", "Boa Sorte/Good Luck", "Amado" e "O Tal Casal".
Ithamara Koorax
“Ainda criança, na minha cidade natal, Niterói, eu comprei meus primeiros discos de jazz de Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Joe Pass, Oscar Peterson. Trompetistas como Miles, Chet, Art Farmer, Freddie Hubbard e especialmente Lew Soloff, cujos agudos eu adorava, tiveram uma grande influência na inspiração do meu fraseado. O rótulo de cantora de MPB realmente cabe ao meu primeiro disco Luíza - Ao Vivo, mas no segundo, Rio Vermelho, a MPB ali presente é bem mais sofisticada, com arranjos mais criativos e um grande aprimoramento nas minhas interpretações, já com fraseado jazzístico, fruto da convivência com músicos como Tom Jobim. Eu sempre fui apaixonada por jazz, foi fundamental o processo de jazzificação e principalmente de expansão do meu horizonte artístico. Elizeth Cardoso, a minha madrinha no início da carreira, me ensinou que o artista não deve fazer obras para seu público, mas sim público para suas obras. Eu me adapto bem as mudanças, gosto de desafios, preciso me sentir estimulada. Nunca fiz um disco igual ao outro, tenho prazer de surpreender ao público e a mim mesma”.
Ithamara Koorax nasceu em Niterói, em 28 de abril de 1965. É cantora de MPB, bossa nova e jazz.
Aos 5 anos, antes de se familiarizar com as letras do alfabeto, Ithamara já lia partituras de piano. Seis anos depois, como integrante do coral do Centro Educacional de Niterói, cruzou o Atlântico para participar de um festival internacional de corais na Escócia.
Na época, já ouvia Bach e a rotina de menina prodígio, que ia a São Paulo todo sábado ter aulas de canto, era um prenúncio do sucesso que estaria a caminho.
Elogiada por sua incrível voz no mundo inteiro, iniciou a carreira em 1990, apresentando-se em casas noturnas em São Paulo e no Rio Jazz Club, onde teve a cantora Elizeth Cardoso como madrinha, com quem gravou a música Inquietação.
Em 1994, lançou primeiro disco, Luíza - Live in Rio, pelo qual recebeu o Prêmio Sharp de Música, na categoria Revelação MPB.
"Uma emoção única e indescritível foi gravar com o Tom Jobim dois meses antes de sua morte, em É Preciso Dizer Adeus. Gravamos em outubro de 94, logo depois ele viajou para Nova Iorque e veio a falecer em dezembro. Mas eu não sabia que ele já estava muito doente. Graças à irmã dele, Helena, Tom ouviu o meu primeiro disco, que incluía várias músicas dele, e me ligou para falar que tinha adorado...disse que passou a ser meu fã! Quando o convidei para tocar no Rio Vermelho (segundo disco, lançado em 1995), ele aceitou de imediato. Gravamos três músicas, mas coincidentemente a única selecionada por ele próprio para o disco foi É Preciso Dizer Adeus".
Ithamara confessa que o disco Bossa Nova Meets Drum ‘N’ Bass, de 98, foi pura diversão e marcou época pois foi a primeira pessoa no mundo a fazer a mistura de bossa nova, percussão e baixo.
O disco Serenade in Blue que estourou nos Estados Unidos em 2000 nasceu da forma mais espontânea possível. Foi uma sugestão para que Ithamara gravasse um disco com as músicas que mais gostava de cantar em casa, tanto que o CD tem o subtítulo de My Favorite Songs. A princípio ela relutou, mas as músicas que ela mais “temia” acabaram sendo as mais elogiadas pela crítica internacional.
“Não busco interpretações virtuosas, eu não planejo como vou cantar essa ou aquela música, o processo criativo é bem mais complexo. Se às vezes as interpretações parecem virtuosas são porque eu estudo muito, procuro manter a minha voz sempre em boa forma”.
Em 2002, Ithamara foi eleita a quarta melhor cantora do mundo pela revista americana DownBeat, considerada a Bíblia do Jazz que desde 1934 elege os melhores músicos do gênero, atrás apenas de Cassandra Wilson, Diana Krall e Dianne Reeves, e à frente de Dee Dee Bridgewater, Norah Jones e Jane Monheit.
“Na votação de 2002, fiquei atrás apenas de Diana Krall que se aprimorou muito nos últimos anos e fez discos suntuosos, da Cassandra Wilson que tem uma voz humilhante, mas eu não gosto da estética dela e da minha amiga Dianne Reeves, uma cantora perfeita. Achei um absurdo ficar à frente da minha cantora favorita, a Shirley Horn, isso não poderia ter acontecido de jeito nenhum...”
Love Dance de 2003 foi eleito pela revista DownBeat como o quinto melhor disco atrás somente dos lançados por Norah Jones, Steely Dan, Radiohead e The Roots.
Ithamara tem inúmeras canções de sucesso, aplaudidas mundo afora, entre elas É Preciso Dizer Adeus, Cry Me a River, As Time Goes By, Samba de Orfeu, Amor Sem Adeus, Almost in Love, Mas que Nada, Moon River, How Insensitive, Someday e Manhã de Carnaval.
Ao longo de mais de 20 anos de carreira seus discos sempre constam nas listas dos premiados e Ithamara tem sido seguidamente eleita uma das melhores cantoras de jazz do mundo pelos leitores das revistas DownBeat, Swing Journal e Jazz People.
O crítico Frank John Hadley, da DownBeat, sentenciou que "Ithamara Koorax é uma das mais belas vozes da criação".
“Se é verdade que cada música tem sua alma, essa admirável cantora tem o dom de criar uma voz que parece ter nascido com a alma da própria canção” – leitor da revista americana DownBeat.