terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Inovação em plena Floresta Amazônica. Usinas-plataforma 100 vezes mais eficientes. A natureza agradece !

A realidade do Rio Tapajós, no Estado do Pará, nos próximos anos, será palco de ousado projeto de construção de cinco usinas hidroelétricas de alta tecnologia no meio da selva amazônica, às quais os operadores somente terão acesso sobrevoando a copa das árvores por helicóptero.
A criativa empreitada, que deve sair do papel em 2012, garantirá ao país mais 10.683 megawatts (MW) de energia elétrica e promete provocar tanta ou mais polêmica do que a usina de Belo Monte, a terceira maior do mundo (a primeira é Três Gargantas com 18.200 MW na China e a segunda é Itaipu Binacional com 14.000 MW no Brasil e no Paraguai) com seus 11.233 MW, construída no Rio Xingu, também no Estado do Pará, principalmente porque essa região do Rio Tapajós é rica em biodiversidade e abriga uma das principais porções de floresta intocada do Pará.
A construção das cinco novas usinas utiliza um conceito inovador que não existe em outro lugar do mundo. A hidroelétrica-plataforma usa o mesmo sistema das plataformas de extração de petróleo em alto mar. A tecnologia é brasileira e promete produzir energia em áreas menores e menos inundadas, além de preservar melhor o meio-ambiente.
Neste novo modelo as usinas são construídas a partir de canteiros de obras provisórios abertos na mata e posteriormente fechados. Os alojamentos também serão retirados e toda a área utilizada será reflorestada.
Haverá menor área de inundação para formar o reservatório, pois serão a “fio d’água”, ou seja, usam a própria força da correnteza do rio para gerar energia.
Durante o funcionamento as usinas utilizarão poucos operadores em esquema de rodízio e, como nas plataformas de petróleo, ficarão “embarcados” no período de trabalho e retornarão às suas casas de helicóptero ao fim de cada jornada, portanto não haverá vila residencial nas usinas.
As cinco usinas terão tamanhos diferentes e vão funcionar de maneira diferenciada com tecnologias adequadas às suas características de vazão e queda d’água.


Jatobá
São Luiz do Tapajós
Jamanxim
Cachoeira do Caí
Cachoeira dos Patos
Geração de energia MW
2.338
6.133
881
802
528
Reservatório área km²
646
722
74,5
420
116,5
Custo R$ bi estimado
7,8
18
1,9
2
1,4
Fonte: Ministério de Minas e Energia

A grande novidade e o maior atrativo deste modelo de construção de usinas hidroelétricas é que, após a conclusão das obras, as cinco usinas juntas vão ocupar somente cerca de 1% (hum por cento!) da área utilizada durante a instalação.
E as idéias inovadoras não param por aí. A energia gerada vai chegar às cidades por linhas de transmissão de longa distância instaladas acima da copa das árvores, ou seja, não haverá desmatamento no percurso.
Ao inaugurar em 1955 a sua primeira grande hidroelétrica, a usina de Paulo Afonso no Rio São Francisco, no Estado da Bahia, o Brasil não imaginava ser viável construir algo semelhante ao megaprojeto no Rio Tapajós.
Estudos recentes indicam que há no Brasil um potencial hidroelétrico ainda inexplorado de cerca de 261.000 MW de energia, 43% localizado na região Norte, 17% na Sudeste, 16% na Sul, 14% na Centro-Oeste e 10% na Nordeste.
As cinco hidroelétricas ocuparão um espaço total de aproximadamente 2.000 km² e afetarão diretamente 871 km² dentro de unidades protegidas de floresta, uma área equivalente a metade da cidade de São Paulo, abrangendo o Parque Nacional da Amazônia, a Floresta Nacional de Itaituba e o Parque Nacional de Jamanxim, segundo o Ministério de Minas e Energia.
A floresta e a natureza agradecem a alegria de serem preservadas com bom senso, gerando um desenvolvimento sustentável.     

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